Agnes IV

Cássia estranhou a mensagem convocando-a a ir à casa de Agnes em plena segunda-feira. Sempre as sextas-feiras, era o dia em que era de Agnes. Nunca tinha sido chamada em um dia diferente. Agnes deveria estar tramando mais alguma coisa, e essa expectativa, ao mesmo tempo em que a assustava, enchi-a de tesão. Para esse encontro teria que faltar a aula da faculdade, mas nem ligava. As possibilidades eram muito mais interessantes que uma chata aula de economia.

E mais uma vez encontrava-se em frente à porta pintada de vermelho do apartamento daquela que, pouco a pouco, tornava-se senhora de seus desejos. Nem teve tempo de tocar a campainha e a porta abriu. Dessa vez o fato de não ser Agnes não a espantou, mas não conhecia a bela mulher com pele cor de ébano e quase 1,90m que estava a sua frente. O espantou veio com a atitude dela, que a pegou bruscamente pelo braço, sem dize uma só palavra, levando-a para dentro, onde se encontrava Agnes, sentada em seu “trono”. Ao seu lado, Larissa, a bela ruiva de quem Cássia já tinha desfrutado. Vendo-as todas juntas, Cássia só conseguiu pensar se não seria “ uma reunião das vádias”. E riu para si mesma cm o pensamento.

– Olá, Cássia – Falou Agnes, quebrando o silêncio.

Cássia não respondeu, pois sábia que só podia falar quando realmente solicitada. Até lá todas as perguntas eram retóricas e ela não podia interromper Agnes.

– Mas uma vez você me deixou feliz em ser obediente. Tive minhas dúvidas se você realmente viria num dia tão diferente do nosso. E ainda foi extremamente pontual. – Continuou.

Agnes se levantou e dirigiu-se a Cássia, tocando-a no rosto com a ponta do dedo indicador.

– Você ainda não sabe, querida Cássia, mas hoje é um dia bastante especial. Hoje, minha querida, você vai conhecer um cantinho especial e vivenciar uma experiência… digamos… única.

Agnes olhou para as outras duas garotas e ordenou:

– Preparem-na!

As duas mulheres a pegaram, tiraram sua roupa e a levaram para o quarto. Lá colocaram uma mordaça na sua boca.  Depois foram até um espelho que ficava ao lado da cama e o abriram. Atrás do espelho ficava um pequeno espaço, que mal cabia uma pessoa em pé. No teto desse espaço, correntes ficavam penduradas, com algemas na ponta. O coração de Cássia disparou ao perceber o que iria acontecer com ela. Tentou mas não conseguiu resistir. As duas eram muito mais forte que ela, e foi dominada.

Foi levada até o cubículo e teve as mãos aprisionadas. Depois as duas colocaram nela uma calcinha. Sentiu algo volumoso sobre seu clitóris. Mas o pior foi quando começaram a fechar os espelhos que a separavam do quarto. Um pavor tomou conta dela. Tentou gritar, mas a mordaça abafou o som. Quando parou de se debater, percebeu que não estava completamente isolada. Podia ver claramente o quarto. Era um daqueles espelhos, comuns em filmes policiais, em que um lado é espelhado, mas do outro pode-se ver tudo. Ficou imaginando quantas vezes, achando estar sozinha com Agnes, na verdade tinha alguém na mesma situação que ela, aprisionada, vendo tudo que se passava no quarto. Esse pensamento era ao mesmo tempo aterrorizante e excitante.

Do outro lado do espelho via as duas garotas se acariciando. A ruiva foi até a mesa de cabeceira e pegou algo. Cássia imaginou que era um vibrador, mas isso só era em parte verdade. Com um toque de Larissa no aparelho, a parte protuberante de sua calcinha começou a vibrar. Ela estava vestindo um vibrador com controle remoto. Nesse mesmo instante Agnes apareceu:

– Que estão fazendo, vadias? – e com um gesto rápido tomou o controle da mão dela e desligando-o em seguida. – Vão pra sala receber nosso convidado. Ele já deve estar chegando. Só o tragam quando estiver preparado. “Mais gente?”, Pensou Cássia.

Agnes foi até o espelho e ficou encarando-o, mas parecia encara-la, olhando-a nos olhos. Ficou assim vários minutos, até ouvir a campainha tocar.

– Espero que goste o que irá presenciar hoje, querida Cássia. – E se virou, tirando lentamente sua roupa e postando-a de forma organizada sobre uma cadeira. Depois foi até a cama e sentou-se  no meio dela.

Alguns minutos depois, a mulher negra entra no quarto, puxando uma coleira. Atrás dela, preso a coleira, um homem, nu, vestindo apenas uma máscara de couro que cobre quase toda sua cara, deixando espaço apenas para a boca e olhos, a segue, engatinhando. Por fim, a ruiva adentra o quarto anunciando:

– Está aqui seu novo cãozinho, senhora.

– Muito bem, minhas cadelinhas. – E dirigindo-se para o “cachorro”, fala: – vem cá, garoto. Você é um privilegiado, sabia? Raramente trago homens em meu reino. – Ele nada fala, apenas engatinha até a poderosa Agnes. Ela pega-o pelo rosto com as duas mãos e diz:

– Você sabe que está proibido de falar, né? Se falar, tudo acaba como um encanto.

Ele responde apenas balançando a cabeça afirmativamente.

– Bom garoto – e puxa-o para próximo de seu rosto, mordiscando o seu lábio. Depois o direciona até seu sexo. Ele entende o recado e começa a chupa-la.

As outras garotas, posicionadas uma a cada lado da cama, apenas aguardam. Cássia, vendo tudo, aprisionada, não entende o sentido daquilo tudo. Mas estar ali, numa relação de voyer como nunca esteve, é muito excitante. E para deixar a coisa ainda mais intensa, Agnes pega o controle e liga o vibrador, inicialmente numa intensidade lenta, mas a medida que vai ficando excitada, aumenta também a intensidade do aparelho.

Mesmo com as mãos amarradas, Cássia se contorce, sentido a presença de um gozo iminente. Quase nem percebe mais a cena, envolvida com sua própria excitação. Mas antes que chegue o momento culminante, Agnes desliga abruptamente o vibrador. Aos poucos começa a perceber novamente o está acontecendo a sua volta e vê a toda poderosa ordenando as duas garotas que “cuidem” do convidado. A poderosa mulher negra se ajoelha e começa a chupar o pênis do homem. A ruiva, por sua vez, beija-o pelo corpo, mordiscando seus mamilos. Ele solta alguns gemidos, mas Agnes o esbofeteia na cara.

– Sem sons, cão, ou vou amordaça-lo.

Ela sai do quarto por um instante. Durante sua ausência, as garotas dividem com a boca o cacete do rapaz. Cássia, excitadíssima, se pergunta por que foi trancada ali? Por que não poderia participar também?

Com o retorno de Agnes, Cássia percebe que ela esta vestindo um strapon. “Será que ela vai usar nele?” Toda poderosa, ela caminha ao redor do quarto observando a cena. Ao chegar, novamente, próximo ao espelho, encara-o novamente, rindo. Cássia conhecia aquele riso, que misturava prazer, ironia e certa maldade. Na mão de Agnes, o controle remoto. O vibrador foi novamente acionado.  Ela vai até onde estão os três e ordena que se separem. As duas garotas voltam para o local que estavam antes, ao lado da cama. Agnes o pega pela máscara e puxa-o em direção ao espelho.

– Olha cachorro, olha tua cara. Quero que você se veja… – E arranca a máscara.

Cássia não acredita no que vê. Quem estava ali, de quatro, na cama, completamente dominado era Paulo, o seu namorado. “Mas como? Como ela fez isso?” O choque era grande demais! E ela, ali, sem poder fazer nada, amarrada e amordaçada. Sentiu o vibrador ficar ainda mais intenso. “Tudo acontecendo. Meu namorado. E esse vibrador. E ele.. ele…” Paulo estava lá, de quatro, sobre a cama, chupando o falso cacete.

Agnes, com um gesto, chamou a sua serva negra. Com outro gesto, indicou o que deveria fazer e ela, obediente, iniciou um beijo grego em Paulo. Ele, superexcitado, começou a rebolar sobre a língua da garota de ébano.

Cassia nunca o tinha visto assim. Na verdade, com ela, ele nunca tinha aceitado nem um fio-terra. Ela, no máximo, tinha conseguido acariciar a região próxima do seu ânus. Ela não entedia bem o que estava acontecendo consigo mesma. Tinha raiva. Sentia-se traída. Por Paulo. Por Agnes. Mas, também estava excitadíssima com o que acontecia. Prisioneira, voyer, com um vibrador estimulando-a intensamente. E vendo as duas pessoas mais importantes do seu mundo tendo prazeres intensos. Teve um orgasmo intenso.

Mas Agnes não parava. Afastou-se do pobre rapaz ao mesmo tempo que , com outro gesto, fez a ruiva agir. Ela foi até Paulo e o vendou. Depois abaixou-se e começou a chupa-lo novamente. Paulo, entregava-se a esse prazeres intensos, como um bichinho obediente. O ativo namorado de Cássia era um dócil e passivo cãozinho.

Agnes abriu os espelhos e aproximou-se de seu ouvido:

– Você foi bem obediente, vai ganhar um prêmio.

E tirou o strapon e vestiu-o em Cássia.

– Pronto, vai lá. Fode ele. – E tirou as algemas. Os braços dormentes caíram ao lado do corpo. Cássia pensou em bater nela, mas desistiu. Lembrou

– Só não pode falar, ok?

Cássia gesticulou positivamente com a cabeça e Agnes tirou a mordaça. Sentiu um extremo alívio. Pensou em gritar com Agnes, mas mais uma vez, desistiu. Sentiu então as mãos daquela mulher poderosa vestindo a mascara nela e dizendo, ainda pertinho da orelha:

– Vai, come teu homem. É meu presente.

Aquelas palavras mexeram com ela de uma forma que não compreendia, mas deixou-se envolver e obedeceu. Foi na direção de Paulo, que ainda estava vendado, mas Larissa a interrompeu no meio do caminho e começou a masturbar o cacete de plástico. Cássia olhou em direção ao vai e vem e percebeu que a ruiva estava lubrificando-o. Liberada, posicionou-se atrás de Paulo. Agnes estava sentada em uma cadeira, na frente de todos, observando.

A negra, que Cássia não sabia o nome, tirou a venda de Paulo. E ele percebeu o que ia acontecer. Dava para ver em seu rosto a tensão. As duas servas se afastaram e Cássia posicionou o membro de borracha no local e, lentamente foi penetrando-o.  Sua cara se contorceu, mas ele não soltou nenhum grito. Cássia parou um instante, deixando-o se acostumar com o volume. Depois iniciou o movimento, entrando e saindo do orifício. Pelo espelho podia acompanhar as expressões do homem. E eram de prazer. Intensificou.

Agnes, ali ao lado do espelho, acompanhada das duas servas, nua, masturbava-se com a cena. Pelo espelho, dava pra ver que o cacete de Paulo estava duro e, numa estocada mais forte, ele gozou. Cássia começou a tirar devagar o falso pênis. Ele relaxou, desfalecendo sobre a cama. Pensou em abraça-lo, mas foi impedida pelas duas servas de Agnes, que se aproximaram prevendo que ela tentaria fazer isso. Larissa, pegou-o e o direcionou a porta, orientando-o a tomar banho e partir.

Agnes aproximou-se de Cássia e tirando a sua máscara foi dizendo:

– Parabéns, cadelinha. Você está se mostrando uma grande putinha. Espero que tenha gostado da surpresa.

Cássia nada respondeu. Nem gesticulou. Mais uma vez estava surpresa e confusa. Acabará de realizar uma fantasia sua. Mas nunca imaginará que seria assim, como parte de um plano de Agnes. Nem podia conversar com Paulo sobre o acontecido. Como explicar que era ela, a garota que o tinha “comido”? Teria que explicar toda aquela situação. Contar de Agnes, das sextas-feiras. Não, não podia fazer isso. Por outro lado, ficou imaginando há quanto tempo Paulo frequentava a casa de Agnes. Teria sido a primeira vez? E já teria feito tudo aquilo? Estava espantada consigo mesma, com Paulo, com tudo.

Um tapa de Agnes no seu rosto a trouxe de volta a realidade.

– Está escutando cadela? Me chupe.

Obedeceu. Chupou-a até fazê-la gozar.

Saiu dali, confusa, mas ao mesmo tempo com certa satisfação. Sempre que deixava a casa de Agnes era com um peso sobre os ombros, afinal estava traindo o namorado. Agora esse peso havia desaparecido. Ele também guardava segredos obscuros dela. A diferença era que ela conhecia os dele. Sentiu-se poderosa mas resolveu não contar. Não era o tempo certo. Mas queria muito a presença dele. Entrando em casa, o telefone tocou. Era Paulo.

– Amor?

– Oi, Paulo, Já ia mesmo te ligar.

– Sabe? Estou por perto e queria te ver.

– Quero muito te ver também.

Nesse dia fizeram algo bastante ousado, para o relacionamento convencional que eles tinham. Transaram no Hall da escada do prédio.

Um comentário em “Agnes IV

  1. Adorei o conto. Achei que iria tomar um caminho e já estava quase desistindo, quando Agnes leva o cacete para a própria Cássia. Surpreendeu-me e prendeu-me até o fim. Bem excitante, parabéns!

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