Faziam meses que Fernanda não tinha notícias de Miya, a dançarina oriental que a tinha seduzido. Apesar de sentir-se abandonada, para as amigas se fazia de durona. Nunca admitira esse estranho relacionamento para elas e, como consequência, não podia contar com o apoio delas. Mas durante os dois primeiros meses, em casa, a noite e sozinha, chorava. Agora, passado três meses, começava a se acostumar a ideia de que Miya tinha sumido de sua vida para sempre.
Era um dia ensolarado e tinha aceitado o convite de Carla, sua melhor amiga, para almoçar. Foram três dias de insistência da amiga até que cedeu. Não tinha mais desculpas. O restaurante escolhido era recém-inaugurado e ficava localizado próximo a casa da amiga. O assunto da conversa era o usual: meninos, meninas, as amigas, roupas. Tudo isso entediava Fernanda, mas ela procurava não demostrar.
Já estavam na sobremesa quando o celular de Fernanda tocou. Número confidencial.
− Quem é? − Perguntou Carla.
− Não sei. Não aparece o número.
Fernanda rejeitou a chamada.
− Não vai atender?
− Não. Não sei quem é.
− Deve ser aquela dançarina por quem você se apaixonou…
Fernanda fez uma cara feia para a amiga. Não gostou da brincadeira. Carla era uma das amigas que tinham providenciado a festinha particular com Miya, mas não tinha ideia de como o relacionamento entre as duas evoluíra. Brincadeiras, contudo, sobre Fernanda e a dançarina oriental eram comuns por parte das amigas.
Terminaram a sobremesa e a conversa sem nenhuma nova interrupção. Conta paga e já caminhavam para a saída do restaurante quando recebeu uma mensagem. O celular acusava novamente número confidencial − Encontre-me no endereço que seguirá em breve às 16h. Não se atrase. − Seu coração disparou. Era Miya. Sabia que era. Empalideceu e branca como era, pareceu feita de porcelana. Perdeu as forças de suas pernas e o mundo girou a sua volta. Sentiu que ia cair, quando uma mão a segurou com força.
− Que foi amiga? Passou mal? Algo que comeu?
− Foi só uma tonteira. Já passou.
− Tem certeza?
− Sim, já passou, estou bem. − Desconversou Fernanda, olhando novamente para o celular. A segunda mensagem com o endereço estava lá. Não sabia o que devia fazer. Tinha pouco mais de uma hora para decidir. Despediu-se de amiga e seguiu para casa, sentindo-se ainda fraca.
Na hora marcada estava lá, à frente da porta da casa que indicava o endereço, parada, sem ação, com o coração em disparada. Na cabeça um turbilhão de pensamentos circulavam em um microssegundo: tocava a campainha? Voltava para casa? Procurava as amigas? Quando resolveu levantar o braço em direção ao botão da campainha, a porta abriu. Do outro lado estava Miya.
− Que bom que você veio. Sabia que podia contar com você.
Fernanda nada conseguia dizer. Ficou alí em pé, apenas olhando para aquela mulher a sua frente, que trajava um vestido vermelho, como dessas personagens femme-fatales do cinema.
− Entre − ordenou a japonesa. Fernanda obedeceu. − sempre obedecia − pensou. Não entendia o poder que a dançarina exercia sobre ela. Tinha centenas de perguntas para Miya: três meses sem notícias? Por que o abandono? Por que esse chamado agora? Todas passavam em sua cabeça, mas não chegavam em sua boca. Mais uma vez pensou em ir embora, mas o corpo não respondeu a esse instinto.
E para piorar, Miya agia com uma normalidade que a perturbava. Parecia que o último encontro das duas tinha sido ontem. Mais uma ordem, Fernanda apenas obedecia:
− Vá no primeiro quarto. Lá você encontrará o que deve vestir.
Em cima da cama estava um biquíni de couro, uma coleira e uma tiara com orelhas de gato, todos pretos. Fernanda não teve dúvida. Tirou a roupa que estava vestindo e trocou pelas que estavam na cama. Por último colocou a coleira e a tiara. Virou-se em direção a um espelho que se encontrava na parede ao lado e ficou orgulhosa com o que via. Dirigiu-se a porta, mas diante dela, com a mão estendida para a maçaneta, exitou por um instante. Percebia que estava em um jogo perigoso, mas essa ideia a excitava muito. Respirou fundo e abriu a porta.
Na sala, Miya a esperava com uma outra garota ao seu lado. Era uma morena, de olhos castanhos claros e cabelos lisos e que se vestia como ela, com a diferença que as peças eram brancas. Ver outra pessoa ali, numa situação similar a sua, a irritou profundamente, mas procurou não demonstrar e guardou esse sentimento para si.
Miya veio até ela e, acariciando seu rosto, aproximou-se de seu ouvido e, murmurando levemente, com um tom de voz que fez sua espinha estremecer, disse que tinha se tornado uma linda gatinha. Depois a fez girar a sua frente e completou:
− Não, ainda falta uma coisa para virar uma gatinha completa.
Fernanda então olhou para a outra garota e percebeu que ela tinha um apetrecho a mais em sua fantasia. No mesmo instante escutou Miya abrindo uma gaveta. A imagem que Fernanda fez do que viria a seguir provocou novo calafrio. Sentiu, então, a mão de Miya, lambuzada, tocando sua bunda e lubrificando toda a região. Inicialmente dedos a penetraram, acostumando-a, mas depois sentiu a borracha fria. Por fim, como a companheira de branco, agora também tinha um rabo, com uma única diferença, a cor preta.
Olhou Miya nos olhos e sentiu um brilho de felicidade em seu olhar. Todo o incomodo que sentia passou em saber que a outra estava gostando de vê-la daquela forma.
A Japonesa, gesticulando, chamou a outra garota e colocou-as, cada uma de um lado seu, mas frente a frente. Fernanda, olhava a rival − seria rival? − ou colega, nos olhos. Tinham quase a mesma altura.
− Olhem só − disse Miya − Minha gatinha preta e branca e minha gatinha branca e preta.
Fernanda pensou em perguntar o nome da outra garota, mas desistiu. Assim como ela, a outra garota também nada dizia, apenas observava e obedecia. Miya, então prendeu cada garota, pelas coleiras, a uma argola, uma em cada canto da sala.
− Ficarão aí, gatinhas, até o pessoal chegar.
Pessoal? − pensou Fernanda. − Mais gente? − seu coração acelerado denunciava o medo que tomou conta de seu ser ao escutar essas palavras.
* * *
Logo começaram a chegar as pessoas. Fernanda tentou contar, mas perdeu as contas depois de contabilizar cerca de 41 mulheres e 7 homens. Miya, passeava entre elas, conversando e eventualmente cumprimentando-as, com beijinhos na bochecha ou selinhos. Às gatinhas deu apenas duas orientações: elas eram bichinhos de estimação. Estavam ali para entreter o grupo. Mas nenhuma pessoa estava autorizada a tocá-las sem sua permissão. E nada de falar.
Em instantes as duas gatinhas foram cercadas pelos curiosos. Todos respeitavam a diretriz de não poder tocar, mas estar ali, sendo observada por um grupo de pessoas, todas comentando, várias a desejando − era muito excitante para ela e, em diversos momentos, Fernanda realmente desejou ser tocada. Repetidamente observava a companheira encoleirada e era visível que a outra gatinha também estava curtindo ser alvo de tanta atenção. Talvez até mais que ela própria.
Envolvidos pela bebida, a festa logo transformou-se em um verdadeiro vale-tudo. As mulheres e os homens começaram a se pegar e sem nenhuma distinção de gênero. Fernanda percebeu que praticamente todos na festa eram homo ou bissexuais.
Naquele instante procurou por Miya e não encontrava. Não saber onde ela estava angustiava-a e passou a vasculhar de tempo em tempo o ambiente tentando localizá-la.
Repentinamente a música parou e as luzes foram apagadas. Dois focos luminosos iluminaram uma porta. Todos olham nessa direção. A música retorna, mas em um ritmo bem mais erótico e da porta sai a japonesa, dançando sensualmente.
Com a escuridão e toda atenção voltada para Miya, uma mulher loira, aproveita-se da situação, agarra Fernanda por trás, acariciando seus seios e tocando-a, por cima do biquini, em seu sexo e dizendo que ela é muito gostosa e que adoraria te-la a noite toda. O ataque é repentino e rápido. A loira se afasta e perde-se n meio das outras pessoas para assistir ao show da japonesa. O efeito do ataque em Fernanda, contudo, foi fulminante. Estava com seu sexo molhado e desejando mais.
Logo após o ataque percebeu que estava solta. A corrente não mais prendia sua coleira à parede. Olhou para a outra garota fantasiada de gata e percebeu que ela também estava solta, mas ambas não sabiam o que fazer com a liberdade recém-conquistada.
Mas Miya solucionou o problemas. Com um gesto, no meio da dança chamou as duas para perto de si, que prontamente obedeceram. A japonesa, então, aproximou seu rosto de ambas e ordenou:
− Beijem-se!
Fernanda virou-se e olhou para a morena, mas essa, sem pensar duas vezes, envolveu-a em seus braços beijou-a energicamente. Pega de surpresa, Fernanda sentiu suas pernas tremerem, mas retribuiu o beijo com mesma intensidade.
Miya então, aproveitando-se que as gatas, a loira e a morena, estavam agarradas, acariciava-as, beijando-as no pescoço e nas costas. Suas mãos enfiava-se entre os corpos, tocando-as nos seios, barriga, entrando em suas calcinhas e dedilhando seus sexos molhados.
A excitação de Fernanda era imensurável e ela não sabia se era pelo fato de estar com sua japonesa, naquela pegação a três ou por estarem todos observando-a. Depois, com pensando com calma, conclui que era um pouco de cada um desses elementos que a deixou assim.
Com ela e a companheira já despidas de seus biquínis, Miya, sentou-se em uma cadeira, abriu a perna e deu nova ordem, para que as duas a chupasse. O sexo ali se tornara explícito e Fernanda estava completamente entregue a ação.
A exibição terminou com o gozo de Miya. Nesse momento Fernanda estava com sua boca no sexo da oriental e a outra garota, fantasiada de gata branca, chupava seus seios. A japonesa levantando-se, puxou as duas pelas coleiras e sumiram dentro de um quarto. Do lado de fora, a música mudou para algo mais dançante anunciando que o show terminara, mas a festa continuaria por várias horas.
Dentro do quarto Miya levou-as para uma cama onde deitaram-se as três. Beijava as duas garotas alternadamente e em alguns momentos direcionava-as para beijarem-se entre si. E a única coisa que dizia era uma repetição de palavras:
− Minhas gatinhas, minhas gatas lindas e sensuais… minhas gatinhas gostosas…
Os beijos foram excitando as garotas e logo estavam se acariciando novamente. Não tardou e as bocas encontravam o sexo de alguma outra garota e para deleite de Fernanda, Miya chupou-a até um gozo que a fez desmaiar.
Quando acordou já era dia. Procurou a japonesa ou a outra gata pela casa, mas não encontrou. Só havia alguns poucos convidados, espalhados pelos diversos cômodos do casarão. Por sorte encontrou a roupa com que chegará. Chamou um taxi e foi para casa.
A tarde recebeu uma mensagem. Era de um número confidencial − Adorei a noite. Breve teremos outra. − O coração de Fernanda disparou.
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